NASA suspeita de portos lunares cobertos de gelo em Europa: fundo, mar profundo — atingindo uma profundidade de 60 a 150 quilômetros.

Novas evidências obtidas pela sonda Juno da agência espacial apontam para processos superficiais que criam oxigénio abundante em Europa, parte do qual é transportado para os vastos oceanos do mundo. Isso não é tanto oxigênio quanto alguns estudos sugeriram, mas não é nada desprezível:

“A lua coberta de gelo de Júpiter produz 1.000 toneladas de oxigênio a cada 24 horas – o suficiente para manter um milhão de pessoas respirando por um dia”, disse a NASA em comunicado.

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Europa, uma bola um pouco menor que a nossa Lua, orbita o gigante gasoso Júpiter, a cerca de 700 milhões de quilómetros da Terra. Mais importante ainda, Europa está localizada numa região rica em forte radiação produzida pelo campo magnético de Júpiter. Como resultado, partículas energéticas (chamadas “íons”) atingiram a superfície de Europa. Desta forma, estas partículas dividem as moléculas de água da superfície lunar, produzindo hidrogénio e oxigénio.

“A Europa é como uma bola de gelo que perde água lentamente num riacho”, afirmou Jamey Szalay, cientista da Universidade de Princeton que liderou a nova investigação, publicada numa revista científica. Astronomia Natural– explicou no comunicado. “Exceto que, neste caso, o jato é um fluido de partículas ionizadas varrido em torno de Júpiter pelo seu extraordinário campo magnético.” Szalay trabalha em um dos instrumentos da espaçonave Juno, o Jupiter Aurora Distribution Experiment, ou JADE.

Velocidade variável da luz

Quando a sonda Juno passou a apenas 350 km da Europa em Setembro de 2022, o instrumento JADE observou com sucesso tanto o oxigénio como o hidrogénio produzidos nas partículas que bombardeavam a Lua. As medições indicam que esta atividade produz 12 quilogramas de oxigênio a cada segundo.

“Os cientistas acreditam que parte do oxigênio produzido desta forma poderia entrar no oceano subterrâneo da Lua como uma fonte potencial de energia metabólica”. NASA explicou.

Gráfico que mostra como as partículas carregadas de Júpiter podem produzir oxigénio na superfície de Europa.
Fonte: NASA/JPL-Caltech/SWRI/PU

A vida prospera nos oceanos salgados da Terra. Certamente não há evidências de vida em Europa, mas ela pode abrigar ambientes que sustentam a vida (como a conhecemos). Em outras palavras, esta lua poderia ser um mundo “habitável” no espaço.

“É um dos poucos lugares potencialmente habitáveis.”

“É um dos poucos lugares potencialmente habitáveis”, disse Scott Bolton, investigador principal da missão Juno, ao Mashable em 2022.

A NASA está tão intrigada com esta lua gelada que enviará uma sonda dedicada para lá em breve, em outubro de 2024. Nave espacial, a chamada Clipper da Europa, tem o comprimento de uma quadra de basquete e pretende fazer cerca de 50 sobrevôos pelo distante mundo de Júpiter para ver se ele pode ter condições adequadas para a vida. Chegará em 2030.



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